Após dois anos de congelamento e decréscimo nas mensalidades dos planos de saúde, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deve indicar o reajuste para 2022 neste mês. A estimativa é de um aumento de 15,7%, o maior percentual desde 2000.
A projeção é da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), com base na metodologia de reajuste adotada pela ANS e com informações das operadoras. O IESS (Instituto de Estudos da Saúde Suplementar) e a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) também estimam aumento de dois dígitos nos planos de saúde individuais.
“O cálculo considera a variação das despesas assistenciais com atendimento aos beneficiários de planos de saúde, a variação por faixa etária e a eficiência da operadora”, explica a federação.
A alta da inflação impacta diretamente o reajuste, de acordo com a FenaSaúde, como o preço de medicamentos e insumos médicos, a forte retomada dos procedimentos eletivos, o impacto de tratamentos de Covid longa e a incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde, como medicamentos e procedimentos.
“Ainda assim, no acumulado dos últimos dois anos, o IPCA passou de 16% e o reajuste de medicamentos, 22%, frente a 6,22% dos planos de saúde individuais, se confirmadas as projeções de reajuste para 2022, e considerando o reajuste negativo de 8,19%, em 2021”, afirmou a federação em nota.
A ANS também informou em nota que o percentual máximo de reajuste a ser autorizado para os planos individuais ou familiares está sendo calculado e será divulgado pela agência após conclusão dos cálculos e manifestação do Ministério da Economia. “Ainda não há, portanto, uma data definida para divulgação do índice”, afirma.
Em 2020, os planos ficaram congelados por causa da pandemia de Covid-19. Já em 2021, pela primeira vez, a ANS definiu redução de 8,19% nos valores das mensalidades. A decisão foi motivada pela queda da demanda decorrente do período de isolamento na pandemia; por causa de distanciamento social, muitos brasileiros adiaram a procura por serviços médicos não emergenciais.
Para Alessandro Acayaba de Toledo, advogado especialista em direito na saúde e presidente da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios), a pandemia provocou o contraste de alta na demanda por atendimentos emergenciais e redução na procura pelos eletivos.
“O setor absorveu o impacto dos custos médicos e da inflação nesse período. O reajuste negativo de 2021 refletiu uma utilização anormalmente baixa dos planos de saúde em 2020, quando muitos procedimentos eletivos foram adiados na primeira onda da Covid-19 no Brasil. Por outro lado, como as despesas médicas dispararam em 2021, o que reflete no aumento de preço para o ciclo de 2022, já existem estudos financeiros que preveem um aumento de até 15%, que pode ultrapassar o maior percentual já aplicado de 13,57%, em 2017”, afirma Toledo.
Noticia retirada de: Portal R7
Escrito por: R7
Data: 03 de Maio de 2022
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